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Bacharel em Educação Física pela Universidade de Santa Cruz do Sul - UNISC, pós-graduada(Lato Sensu) em Fisiologia do Exercicio - Prescrição na Universidade Gama Filho - UGF. Daiane da Rosa (CREF 015812-G/RS)

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

TIPOS DE FIBRA MUSCULAR

Para quem não é estudante da área, mas treina, já deve ter ouvido falar de 'tipos de fibra muscular: rápidas e lentas ou brancas e vermelhas'. Pois bem, é sobre isso que hoje vamos discutir aqui no blog.

Então... qual é o seu tipo de fibra?

FIBRAS LENTAS OU VERMELHAS (tipo I): São fibras de maior resistência, com um limiar de excitação mais baixo e com a capacidade de manter a contração durante maiores períodos de tempo. Esta capacidade surge de um mecanismo aeróbio mais desenvolvido, com maior número de mitocôndrias (organelas celulares presentes nas fibras musculares e responsáveis pela respiração das mesmas), maior conteúdo de mioglobina (proteína muscular ligadora de oxigênio) e maior densidade capilar (vasos sanguíneos), que permite uma melhor utilização do Oxigênio no metabolismo.
FIBRAS RÁPIDAS OU BRANCAS (tipo II): São fibras onde predomina a atividade glicolítica anaeróbia (trabalho muscular em um curto período de tempo), com menor número de mitocôndrias, com maior concentração de glicogênio (estoque de energia, provinda da glicose, presente no músculo) e das enzimas associadas à glicólise (quebra desse glicogênio para gerar trabalho muscular). Estas fibras produzem contrações mais potentes e rápidas, mas não conseguem manter a sua capacidade contrátil por períodos tão longos como as fibras do tipo I (lentas). São subdivididas em fibras IIa e IIb. Onde a primeira tem caráter intermediário, possuindo características das fibras tipo I (oxidativas - aeróbias) e a outra puramente fibra tipo II (glicolítica).
Trocando em míúdos, as Fibras do tipo I, são fibras de resistência (necessitam de oxigênio para produzir energia) e as do tipo II são fibras de potência e força (não necessitam de oxigênio, produzem energia através de fontes rápidas - Creatina Fosfato e Glicose).

Fonte: http://anatpat.unicamp.br/musnormal.html

 A maioria das pessoas apresenta fibras do tipo IIa como predominio e pessoas fisicamente ativas tendem a aumentar ainda mais a sua quantidade pela indução de enzimas oxidativas nas fibras tipo IIb. Ou seja, essas ficariam mais 'resistentes' do que 'potentes'.
No processo de recrutamento dos tipos de fibras, se tratando de exercicios com pesos, pequenas cargas utilizam apenas fibras vermelhas (tipo I), conforme vai aumentando a carga mas ainda continua baixa, vai sendo solicitado um recrutamento maior de fibras ainda vermelhas. Quando a carga for maior e que todas as vermelhas estiverem já sido recrutadas, aí serão ativadas as brancas (tipo II). Em treinamento para hipertrofia, se utilizam cargas entre 70% e 90% de carga máxima, há uma ativação de todas as fibras vermelhas e a maior parte das fibras brancas, sendo somente recrutadas as tipo IIb em esforços máximos (para 1 repetição do movimento) ou quando há trabalho de resistência muscular e a maioria das outras fibras já fatigaram.
  Em movimentos muito rápidos ou força máxima, ocorre uma inibição das fibras vermelhas em favor das brancas. Provavelmente por isso que atletas de movimentos explosivos e levantadores de peso apresentam hipertrofia de fibras brancas.

Imagine se cada indivíduo que iniciasse um treinamento em  determinado esporte pudesse mensurar o seu tipo de fibra. Assim, certamente, poderíamos determinar fatores de treinamento importantes e que hoje, só atletas de elite tem essa alternativa.
E tem como? Sim. Tem como. Existe uma maneira, chamada de BIÓPSIA MUSCULAR, onde é extraído  um minúsculo pedacinho de músculo a ser analisado e então, descoberto (microscópicamente), os tipos de fibras. E por que não é comum realizar esse procedimento? Além de outros motivos essa técnica é INVASIVA, por isso é realizada só em casos isolados.

Fonte:Google imagens.

 Então como saber onde há maior concentração de cada tipo de fibra nos nossos músculos esqueléticos?
Normalmente já nascemos com uma pré-disposição genética de sermos um 'maratonista', resistente ou um 'velocista', rápido.E podemos ao decorrer do tempo aprimorarmos com treinamento o RECRUTAMENTO destas fibras, acredita-se que o treinamento de força não afete a PROPORÇÃO das mesmas. Mas dependendo do número de fibras intermediárias ( IIa), podemos nos tornar mais fortes ou mais resistentes, pois estas podem assumir características de cada tipo, dependendo do treinamento.
Basicamente elas existem em proporções relativamente iguais no nosso corpo, podendo variar tanto no mesmo músculo quanto em músculos diferentes. Os membros superiores tendem a ter uma concentração maior de fibras do tipo II do que os membros inferiores; o bíceps tem em média 55%  e o tríceps 60%, enquanto que o músculo sóleo (panturrilha) possui em média cerca de 24% (BOMPA, DI PASQUALE, CORNACCHIA, 2004), já os  músculos posturais (tronco) possuem um maior percentual de fibras tipo I.


REFERÊNCIAS:

- BOMPA, T.O., DI PASQUALE, M., CORNACCHIA, L.J. Treinamento de força levado a sério. Barueri, SP: Manole, 2004.
-Site : http://anatpat.unicamp.br/musnormal.html
- Site: http://www.saudetotal.com.br/artigos/atividadefisica/fibrasmusculares.asp





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